'Expulsa' após casar, ex-diplomata tenta voltar ao Itamaraty
LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO
Silvia Zamboni/Folhapress
Jornalista e ex-diplomata Cecília Prada em seu apartamento
Na época, segundo ela, o Itamaraty exigia que, nesses casos, a mulher pedisse exoneração. "Ou eu saía ou não me casava. Saí prejudicada por ser mulher."
Após quinze anos, Cecília se separou. Depois, tentou voltar à carreira diplomática por um processo administrativo, mas não conseguiu.
Em 2001, ingressou na Justiça com uma ação pedindo a reintegração ou indenização.
Se for readmitida, pretende pedir aposentadoria. Os valores, segundo a defesa de Cecília, não foram definidos.
A Justiça negou o pedido em 2006. O advogado da jornalista, Guido Meinberg Jr., diz que o argumento foi o de que o pedido só poderia ser feito até cinco anos após a exoneração.
A defesa recorreu alegando que a Constituição garante igualdade entre homens e mulheres. Para Cecília, sua saída foi provocada pelo preconceito por ser mulher.
"Quando minha turma terminou o curso, foi chamada ao gabinete do Secretário-Geral. Para cada um ele cumprimentava dizendo 'Parabéns, seja bem-vindo à Casa'. Quando chegou a minha vez, disse 'Eu sou contra mulheres na carreira'."
OUTRO LADO
A assessoria do Itamaraty disse que não comentará o processo até a decisão estar transitada em julgado.
O Itamaraty confirmou a exigência de exoneração da mulher quando houvesse casamento entre diplomatas.
Um decreto-lei de 1946 determinava que se o diplomata casasse com uma servidora pública, como era o caso de Cecília, ela teria que se exonerar. Não há registro de mudança na regra até 1958, segundo o site da Câmara.
LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO
Uma das primeiras mulheres a entrar no Instituto Rio Branco, a jornalista e ex-diplomata Cecília Prada, 81, tenta há dez anos na Justiça ser reintegrada ao Itamaraty.
Cecília entrou no instituto em 1956, dois anos depois que o concurso passou a ser aberto a mulheres. Mas teve que abandonar a carreira em 1958, para casar com o também diplomata Sérgio Paulo Rouanet (ex-secretário de Cultura da Presidência, que deu nome à Lei Rouanet).
Silvia Zamboni/Folhapress
Jornalista e ex-diplomata Cecília Prada em seu apartamento
Na época, segundo ela, o Itamaraty exigia que, nesses casos, a mulher pedisse exoneração. "Ou eu saía ou não me casava. Saí prejudicada por ser mulher."
Após quinze anos, Cecília se separou. Depois, tentou voltar à carreira diplomática por um processo administrativo, mas não conseguiu.
Em 2001, ingressou na Justiça com uma ação pedindo a reintegração ou indenização.
Se for readmitida, pretende pedir aposentadoria. Os valores, segundo a defesa de Cecília, não foram definidos.
A Justiça negou o pedido em 2006. O advogado da jornalista, Guido Meinberg Jr., diz que o argumento foi o de que o pedido só poderia ser feito até cinco anos após a exoneração.
A defesa recorreu alegando que a Constituição garante igualdade entre homens e mulheres. Para Cecília, sua saída foi provocada pelo preconceito por ser mulher.
"Quando minha turma terminou o curso, foi chamada ao gabinete do Secretário-Geral. Para cada um ele cumprimentava dizendo 'Parabéns, seja bem-vindo à Casa'. Quando chegou a minha vez, disse 'Eu sou contra mulheres na carreira'."
OUTRO LADO
A assessoria do Itamaraty disse que não comentará o processo até a decisão estar transitada em julgado.
O Itamaraty confirmou a exigência de exoneração da mulher quando houvesse casamento entre diplomatas.
Um decreto-lei de 1946 determinava que se o diplomata casasse com uma servidora pública, como era o caso de Cecília, ela teria que se exonerar. Não há registro de mudança na regra até 1958, segundo o site da Câmara.
Segundo a assessoria, atualmente, dois diplomatas podem se casar e marido e mulher costumam ser removidos para o mesmo local.
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